25 Sept 2008
Relativizar!
Aquilo que, cá no nosso cantinho, nos pode parecer hediondo e do maior desrespeito possível, na verdade, e visto num contexto mais abrangente de um mundo que, invariavelmente, se mostra sempre capaz de mais, não é mais do que uma pequena amostra do imenso potencial de falta de decência de que o ser humano é capaz.
O importante é relativizar.
Em portugal a classe médica é, geralmente, mal vista. É o incumprimento de horários de consultas nos hospitais, é a falta de consideração no trato com o doente, é o preço elevado das consultas, é a incompetência e o desleixo, são as viagens a troco de um receituário farto, são, ainda, as concessões de "baixas" com nenhum fundamento que não seja a preguiça!
Mas, e relativizando, leio esta notícia do La Repubblica (Roma) citada no Courrier Internacional:
"Já tinham batido a bota há muito, mas a Segurança Social da Catânia não se apercebeu. E continuou a pagar aos médicos de família, que ganhavam para 'cuidar' dos mortos. Analisando uma amostra de um milhão de pessoas, o fisco italiano descobriu 21 mil casos de pacientes falecidos que continuavam a ser 'acompanhados' pelos médicos. Prejuízo para os cofres do Estado: cerca de 4,2 milhões de euros."
...e chego à conclusão que muito bem estamos nós!
10 Sept 2008
Lucky Luke ou Coperfield
Sobre a notícia do dia, que relata 3 disparos dentro de uma esquadra por parte de um queixoso contra outro queixoso (queixando-se um do outro, diga-se):
Apenas sendo mais rápido do que a sua própria sombra foi possível ao atirador escapar à sua apertada (leia-se apertadíssima) vigilância e atirar sobre o parceiro de disputa.
Apenas sendo o mais hábil ludibriador foi possível ao atirador fazer passar a arma pela demorada (leia-se demoradíssima) revista a que foi sujeito.
A verdade é que não se pode pedir que sempre que alguém se dirija a uma esquadra seja percorrido por mãos desconfiadas à procura de armas (seria até mais uma razão para não ter vontade nenhuma de me dirigir a uma), ou em alternativa (ou até cumulativamente) que tenha um Sr. Agente colado, coladinho precavido para a eventualidade de uma tresloucada acção do cidadão.
...o que se pode pedir (exigir, diria mesmo) é que nem Lucky Luke, nem Coperfield, nem qualquer outro tresloucado qualquer tenha a possibilidade de comprar, deter e fazer-se acompanhar de uma pistola!
As armas são boas, mas é para derreter e transformar em boas grades para enfiar esta gente lá dentro!