10 Sept 2008

Lucky Luke ou Coperfield

Sobre a notícia do dia, que relata 3 disparos dentro de uma esquadra por parte de um queixoso contra outro queixoso (queixando-se um do outro, diga-se):

Apenas sendo mais rápido do que a sua própria sombra foi possível ao atirador escapar à sua apertada (leia-se apertadíssima) vigilância e atirar sobre o parceiro de disputa.

Apenas sendo o mais hábil ludibriador foi possível ao atirador fazer passar a arma pela demorada (leia-se demoradíssima) revista a que foi sujeito.

A verdade é que não se pode pedir que sempre que alguém se dirija a uma esquadra seja percorrido por mãos desconfiadas à procura de armas (seria até mais uma razão para não ter vontade nenhuma de me dirigir a uma), ou em alternativa (ou até cumulativamente) que tenha um Sr. Agente colado, coladinho precavido para a eventualidade de uma tresloucada acção do cidadão.

...o que se pode pedir (exigir, diria mesmo) é que nem Lucky Luke, nem Coperfield, nem qualquer outro tresloucado qualquer tenha a possibilidade de comprar, deter e fazer-se acompanhar de uma pistola!

As armas são boas, mas é para derreter e transformar em boas grades para enfiar esta gente lá dentro!

24 Aug 2008

Louçã é um homem sensato...

...embora incoerente. 

Então não é que a propósito do veto do PR à nova lei do divórcio vimos o nosso ilustre líder do BE a virar liberal!!! 

Foram estas as exactas palavras:

"O PR mostrou nesta matéria ser um homem insensível e insensato. Porque o que a sentatez exige é que o Estado e a Lei não se metam naquilo que não é do Estado e da Lei. O que é das famílias é decidido pelas famílias. O que é dos casais é decidido pelos casais. E um casamento é uma decisão de duas pessoas, elas são responsáveis por ele, e é assim que ele se pode manter, ou é assim que ele um dia pode acabar."

Eu repito: "...o Estado e a Lei não se metam naquilo que não é do Estado e da Lei...", "...uma decisão de duas pessoas, elas são responsáveis..."

Ou seja, temos o BE a falar em abuso do Estado de intromissão na esfera privada e temos o BE a falar em responsabilização dos indivíduos! Bom, a continuar assim vou ter que votar BE!

A verdade é que, por um lado não se lembrou o Louçã de falar em responsabilização dos indivíduos quando o tema era o aborto (nesse tema defendia-se a mulher, que é o que está agora a tentar fazer o PR), por outro lado certamente não vamos ter de esperar muito para ouvirmos o mesmo Louçã, ou um dos seus bispos, sobre um qualquer tema que aí venha, a debitar mais um chorrilho de paternalismos estatitizantes, demagogos e populistas.

...enfim, é a política que temos!

20 Aug 2008

JO.pt


"Não tenho roupa que dê com as medalhas!" é lema da nossa comitiva.

...a Vanessa, já se sabe, é uma mal arranjada! Basta ver como ela foi aos Globos de Ouro!


19 Aug 2008

Always on your side



My yesterdays are all boxed up and neatly put away

But every now and then you come to mind

Cause you were always waiting to be picked to play the game

But when your name was called, you found a place to hide

When you knew that I was always on your side


Well everything was easy then, so sweet and innocent

But your demons and your angels reappeared

Leavin' all the traces of the man you thought you'd be

Leavin' me with no place left to go from here

Leavin' me so many questions all these years


But is there someplace far away, someplace where all is clear

Easy to start over with the ones you hold so dear

Or are you left to wonder, all alone, eternally

This isn't how it's really meant to be

No it isn't how it's really meant to be


Well they say that love is in the air, but never is it clear, 

How to pull it close and make it stay

Butterflies are free to fly, and so they fly away

And I'm left to carry on and wonder why

Even through it all, I'm always on your side


But is there someplace far away, someplace where all is clear

Easy to start over with the ones you hold so dear

Or are we left to wonder, all alone, eternally

But is this how it's really meant to be

No is it how it's really meant to be


Well if they say that love is in the air, never is it clear

How to pull it close and make it stay

If butterflies are free to fly, why do they fly away

Leavin' me to carry on and wonder why

Was it you that kept me wondering through this life

When you know that I was always on your side


Sheryl Crow - "Always on your side"


31 Jul 2008

Mas ainda há música assim...

boomp3.com

Bons tempos...

...em que...

"Vicejavam os campos em plena Primavera.  A amendoeira cobria-se de flores, os bosques enfolham-se e a brisa doudejava indiscreta, arregaçando o lenço à donzela que passava, ou roubando um beijo à rosa perfumada. Tudo eram alegrias e cânticos... os rouxinóis nas moitas, o coração nos amores e a natureza nos sorrisos ao sol esplêndido que a dourava."

...tempos que, temos pena, não duram para sempre!!!

O PR é queixinhas!

Sobre a comunicação do nosso PR ao país só me ocorrem 3 palavras: PA-TÉ-TI-CA!!

Parece o menino queixinhas que reclama com a professora que o meninos maus não o deixam jogar com eles!!

Pior, porque este menino já é bem crescidinho e tem vários outros meios para levar a  bom termo o seu objectivo.

É claro que não podemos deixar de reparar na gritante incompetência dos constituintes do nosso órgão parlamentar. Demasiado mau para ser verdade.

Mas o que mais faz dói-dói é perceber que o nosso PR está muito pronto a vir-nos falar quando lhe interessa, mas não mostrou no passado a mesma disponibilidade quando mais precisámos dele. Senão vejam:

Que comunicação fez ele quando a nossa selecção foi eliminada no Euro2008?

Que comunicação fez ele quando o Paulo Portas mudou a cor dos dentes para branco lacado brilhante?

Que comunicação fez ele quando o Herman José voltou ao horário nobre da SIC?

É que nos teriam sabido bem umas palavras de conforto, diacho!!!

...assim se vê como falta gente séria na nossa política!

20 Jul 2008

Pobre Movimento

Vi ontem na SIC Notícias uma entrevista ao Prof. Eduardo Correia, fundador do MMS - Movimento Mérito e Sociedade, o nosso mais recente partido político.

Desde logo o nome não me parece muito feliz, parece pedante e pouco orientado. O discurso do Prof. Eduardo Correia é fluído, ficamos na certeza que se preparou para enfrentar as perguntas que, já esperaria, lhe foram colocadas.

No entanto, após uns instantes de entusiasmo, na expectativa de encontrar um partido que de facto trouxesse algo de novo (nomeadamente à nossa direita partidária), logo perdi as esperanças. Um chorrilho de banalidades, completamente generalizadas, nem um única ideia diferente ou em ruptura com o discurso de toda a malta já instalada na política há largos anos.

Para testar esta minha primeira opinião fiz uma visita ao site oficial do partido. Aqui encontrei a sua Declaração de Princípios. Leiam e respondam à seguinte pergunta: Haverá algum partido, dos que já têm assento na AR, que não subscreva este documento na integra? De tão redondo, banal e pobre é o que lá está escrito, eu não creio.

Aliás, difícil escolha seria a do Prof. Correia, quando, por ventura eleito como deputado à AR, teria de escolher em que quadrante da bancada se iria sentar...

....cá por mim o lugar dele não estará abaixo das galerias!!

Rica Música

boomp3.com

17 Jul 2008

Fraquezas

Quando hoje estava de saída do escritório sucedeu o que a seguir descrevo:

Um respeitável senhor morador num edifício junto ao meu local de trabalho encontrava-se no seu carro, estacionado em frente a casa juntinho ao passeio. 

Estava, percebia-se, nos trabalhos finais de uma ligeira (e bem necessária) limpeza do interior do seu estimado bólide. Alguns livros, algumas revistas e alguns envelopes empilhados no colo revelavam aprumo na organização do arquivo.

Nesta altura encaminho-me na sua direcção sem que ele me veja, uma vez que me aproximo pela retaguarda. É quando me encontro bastante perto que este estimado senhor descobre um "maldito" papel perdido num escondido canto da porta do seu carro.

Ora bolas, o que é que faço eu agora a este estupor deste papel?? perguntou-se o senhor. Antes de se responder, acto reflexo, amarfanhou-o na mão e discretamente, tão discretamente que nem ele reparou, esticou o braço, baixou o ombro e atirou o papel para a rua, mesmo, mesmo juntinho ao carro para que ninguém visse.

Azar, estava eu a passar e vi tudo! 

Os nossos olhares cruzaram-se, e o respeitável senhor desviou e fitou os sapatos.

Naquele momento pensei dirigir-me junto ao carro, vergar-me, apanhar o papel e gentilmente dirigir-me ao respeitável senhor na forma: "Desculpe, penso que este papel lhe pertence!"

Mas no mesmo momento também decidi não fazer isso. A crueldade que seria sujeitar este senhor a um embaraço destes fez-me vacilar na intenção. Não gostei de imaginar a vergonha do senhor perante o seu filho, que ali sentado ao seu lado no banco do passageiro, de nada se tinha apercebido. Mais que isso não me achei no direito de lhe fazer isso. Achei-me na obrigação de lhe dar o direito a esta fraqueza.

Sim, direito à fraqueza!! Não nos peçam para sermos super-heróis!!

...mas pedem-nos tantas vezes!!

15 Jul 2008

De facto...

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. E não estou certo quanto à primeira!"

Albert Einstein

14 Jul 2008

Tropa de Elite

Até parece que os "Lelos" tiveram treino com o BOPE!! Caráca!!!

19 Jun 2008

2 Jun 2008

Desigualdades no rendimento (I)

A propósito da divulgação de um indicador para a desigualdade que colocou Portugal no último lugar no ranking europeu demonstrarei nos próximos posts que, tendo em conta apenas dois pressupostos muito simples (e com bastante aderência à realidade, julgo eu) as desigualdades no rendimento dos indivíduos, não havendo papel do Estado na sua redistribuição, têm tendência a agravar-se.

Avanço já os pressupostos, e peço-vos que assim vão participando comigo nesta reflexão:

Pressuposto nº1: Uma vez atingido um limiar de bem-estar mínimo que permita ao indivíduo viver com recurso a todas as suas competências físicas e intelectuais, a sua felicidade (no sentido de realização pessoal) não é dada pelo nível de bem-estar de que o indivíduo dispõe, mas antes pelo aumento desse mesmo nível de bem-estar.

Pressuposto nº2: A curva da utilidade marginal é decrescente. Ou seja, sucessivas e adicionais unidades de consumo acrescentam cada vez menos bem-estar.

Versarei (e também porei em causa) um corolário, bastante óbvio, aliás, que resulta destes dois pressupostos conjugados e que atribui maiores possibilidades de realização pessoal aos indivíduos com menor rendimento.

Peço que notem que não pretendo fazer (por agora) nenhum julgamento crítico sobre a (suposta) injustiça nas desigualdades no rendimento, ou sequer sobre qual deve ser o papel do Estado nesta questão. Isso fica para depois.


Rico Livro!